terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O esquecimento

E mais que um par de lentes
Me deste uma mente
Me deste um presente
Me deste um par de um novo olhar

Mais que noites bem dormidas
Me destes teus aromas, teu corpo e teu carinho
Me destes teus braços
Me destes teus ouvidos por muitas vezes, para contigo eu desabafar

Mais que o clarão de um novo dia,
Me deste umas poesias e um amor
Me destes imensas horas de alegria
Me deste um pedaço de mais sabor

Mas mesmo com todos teus adornos,
Se esquecesse de entregar teu tesouro,
E de no final ao menos me contar

Se esquecesse que amanha é outro tempo,
O breu de hoje será uma história ao relento
Onde a vida faz questão de providenciar


E agora te digo uma coisa pra guardar na tua receita:
O amor que se recebe não se guarda na gaveta
Ou devolve ou rejeita,
Pra não fazer desfeita com quem quer se entregar

Mas o pior de todos teus esquecimentos:
É que se esquecesse de me dar teus sentimentos,
Para que ao menos deles, eu pudesse cuidar.


Segundo Freud, o esquecimento é intencional.

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